Muito além dos koans tradicionais outros podem ser inventados. |
A curiosidade pelos koans não é na técnica e sim na resposta. O que intriga as pessoas é como responder o koans. Qual a resposta do kaon?
Mas as respostas dos koans não devem ser compartilhadas por quem já os respondeu. A resposta dada ao professor de koans deve ser mantida em segredo. Quando você dá uma resposta correta você não deve contá-la “abrir o koan” para ninguém mais. Cada um deve fazer o caminho por si só, por seu próprio esforço. Ter sua própria experiência com os koans.
Eu não vou contar as respostas
dos koans que já respondi nem o que descobri
sobre eles pois isso seria como trair a confiança que o mestre depositou
em mim. Da mesma forma que aqueles que um dia tiveram a oportunidade de “bater
koans” ou de ir a uma entrevista de koans, com um mestre autorizado a dar
koans, não devem abrir suas respostas para mais ninguém.
Há alguns anos tivemos um
professor de kaons que vinha ao Brasil. Vi e ouvi varias pessoas que depois das
entrevistas de koan e no final dos retiros comentavam entre si e trocavam
respostas: ” E ai, você conseguiu responder? Qual foi o seu koan? Eu respondi
isso e você?
Parece que essas coisas só
acontecem no Brasil, pois não vejo esse tipo de comportamento imaturo ou
infantil em outros lugares que frequento fora daqui. Então quando falo de como seria
bom alguém vir novamente para ensinar no Brasil tenho a sensação que eles
pensam: ”Ah, no Brasil! Vocês não são confiáveis.”
Há pessoas que no passado se aproveitaram das técnicas ensinadas para transformá-las em terapia agregada a outras terapias e ganhar dinheiro. Então, olha só que imagem temos: não somos confiáveis. Só queremos pegar a manha da coisa para aplicá-la em algum outro lugar e se dar bem. Seguir um treinamento que pode levar anos não, isso não serve. Queremos pular etapas, dar um jeitinho. Essa é a imagem que temos.
E isso atrapalha muito nossa
evolução em todos os sentidos por que ao invés de usarmos nossa esperteza para
fazer boas ações (bom carma) a usamos para fazer coisas que atrapalham ou
prejudicam muito o caminho de tantos que poderiam ter acesso a esse tipo de
ensinamento. Não temos credibilidade, não inspiramos confiança, quem vai querer
vir aqui ensinar koans se depois vamos sair por ai tagarelando. Se não vamos
resistir à tentação de nos exibir contanto a resposta para alguém. Como quem
diz: “Eu consegui e você não.”
Se você quer ter acesso a essa
técnica antes precisa se perguntar: ”Sou confiável?”
“ Vou manter a resposta do koan
em segredo?”
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