domingo, 14 de novembro de 2010

Como Fazer um Zafu.



Quando fiz esse vídeo ainda não havia feito meu zafu, pois não tinha os materiais e nem máquina de costura boa.. Essas medidas são tradução do inglês para um zafu médio. Se o vídeo ainda não está claro fiz um esquema abaixo.Fiz com círculo de 35cm mas ficou pequeno. Então sugiro que faça com círculo de 40 cm.






Corte uma faixa de tecido com altura de 24 cm e comprimento de 1 m 50 cm de largura. Faça 14 pregas  a cada 8 cm. Marque cada prega com o ferro quente e alfinete encima e embaixo a cada prega. Alinhave cada prega superior  com um dos círculos pelo lado avesso do pano e costure. Não precisa tirar os alfinetes pois a máquina passa por cima. Depois repita o mesmo procedimento com o outro círculo na parte inferior da faixa. Deixe uma abertura para o zíper. No vídeo acima as medidas estão um pouco deferentes, mas o zafu que fiz usei essas do desenho.


Este video é o único que encontrei que mostra como fazer a prega, mas está em inglês. Todavia é possível  entender só olhando como faz. Vc. tem que fazer 14 pregas com os alfinetes como mostra no vídeo. Nesse vídeo a pessoa cortou em 14 quadrados e depois alfinetou cada quadrado. Eu não fiz assim, mas talvez fique mais fácil de fazer desse modo. Vou tentar fazer uma almofada também com esse jeito para ver qual dos dois fica melhor.

Tecido: Lonita e sarja são os mais resistentes e duráveis, mas entre os dois a sarja é o tecido mais caro. Também pode ser feito com um poliéster grosso. O enchimento é o item mais problemático. Eu uso paina, mas na falta dela pode-se usar trigo sarraceno. 

Se vc. achou muito complicado o zafu redondo tente um quadrado: largura10 cm, comprimento 12 cm e altura 5 cm descontando cada centimetro deixado para costura fica  8x10x3. Além de mais fácil de fazer é multi-uso. Todavia o zafu tradicional é redondo e preferencialmente preto. Mas se vc. só vai usar em casa e não vai levá-lo em retiros ou em locais de prática como mosteiros e zendos, pode optar por outras cores.




Há também a posibilidade de fazer uma almofada em meia-lua. Se for uma meia lua com linha reta, tb. é facil de fazer. Se for com linha curva (lua crescente) já complica um pouco na hora de pôr o ziper, mas quem sabe costurar dá um jeito.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Kong An é perceber o som.

A Escola Zen Kwan Um tem como uma das suas ferramentas de ensinamento os koans. Muitos livros sobre o Zen foram traduzidos ao português cujo o conteúdo trazia estudo ou citações de koans. Todavia nenhuma Escola Zen que trabalhasse koans criou raízes no Brasil. As pessoas ficaram com esse dado sobre os koans apenas dos livros, mas não teem a experiência de koans na prática.

Algumas pessoas me perguntam como é o estilo com koans. Não é nada especial. É apenas mais uma ferramenta adicional as práticas já conhecidas do Zen: zazen, kinrin, recitações, prostrações, samu, etc.


Existem várias classes de koans:

1.O koan é o que é: "A parede é branca. O céu é azul." Não adianta divagar sobre a parede, ela é o que é.
2.O kaon é som do mundo.
3.O koan é vc. no lugar do koan. Se vc. fosse a chuva como responderia?
3.O koan é esse momento. Se o mestre pergunta de onde vc. veio. Ele não quer saber se vc. veio do Brasil. Isso ele já sabe.
4.O kaon sem saída. Esses são aparentemente os mais difíceis pq. parecem que não há resposta. Ex. Um koan diz que tem um homem pendurado num galho da árvore pela boca e com as mãos e pés atados nas costas. Ele não pode se mover nem falar sob pena de cair no abismo ou ser alvejado por alguém q. está mirando nele com uma arma. mas lhe fazem uma pergunta. Vc. é esse homem. Se responder morre se não responder morre. Como vc. vai sair dessa?
5. O koan pode ter desdobramentos. Vc. responde várias perguntas num mesmo koan.
Como portais. Atravessa um, tem outro e outro. Ex

5.1.O sol se põe todos os dias. Por que a nuvem o esconde?

5.2.Cada um tem um sombra que o segue. Como não pisar na sua sombra?

5.3.O universo inteiro está pegando fogo. Através de qual samadhi vc. pode escapar de ser queimado nas chamas?

Esta é lista dos 12 portões de koans mais usados na Esc. Zen kwan Um.

Como Responder Koans na Esc Zen Kwan Um:

Existe várias formas de responder koans. A maioria deles são respondidos com mímicas. Quando não vir uma resposta, diz: "Não sei." "Don´t know."
Quando vc. responde mas ainda não é bem a resposta, vai ouvir: "Isso ainda não é o bastante. This is not enought.

Mas antes de qualquer resposta, nesse estilo, é importante bater com uma ou as duas palmas da mão no chão, ou bater palma com palma. Segundo meu mestre de koans me ensinou a batida ativa uma região do cérebro, como se no momento da batida a mente que pensa congelasse por segundos e abrisse a mente que não pensa. Pois o koan só pode ser respondido pela mente que não pensa, pela verdadeira natureza que está obscurecida pela menta pensante. É como se ao bater vc. ligasse sua mente que não sabe e desligasse a mente racional. É como um click no mause. É muito rápido.
O efeito também é surpreendente. Alguns viciam e querem ficar ligando mais vezes. mas ai o mestre percebe e dá um tempo na "brincadeira". Ficou apegado, não tem mais koan.

Às vezes apenas bater no chão já é uma resposta. Lembra, o koan é o som do mundo. A batida tb. é som. "Kwan Um" justamente significa "Perceber o Som." Quem percebe o som pode responder qualquer koan.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mantras-Estilo kwan Um

Um mantra é uma fórmula ou palavra com significado espiritual; entretanto, quando despido do seu significado tântrico implícito eles se tornam silabas sem sentido as quais podem ajudar-nos a desligar (a mente) e relaxar profundamente. A meditação com mantras é muito fácil de aprender e eficaz em deixar ir nosso apego aos pensamentos.

Apenas repetir um mantra ajuda-nos a focar nossa atenção em um único ponto e eventualmente alcançar um estado de profundo repouso.. A pratica regular de meditação pode reduzir nossa irritabilidade e assim o sensação de estar estressado. Mas, o mais importante é que a pratica continuada com o mantra irá reduzir o tempo de busca por todos os tipos de cura para situações de estresse. A pratica com mantra em justaposição com a pratica de prostrações pode ajudar a dissolver o karma rapidamente.

A pratica com mantra precisa ser feita com um firme compromisso pelo aluno ( discípulo), entretanto não deve ser encarada como um tipo de compulsão, essa pratica deve dar-se de forma suave, porém com forte compromisso.

Durante as primeiras semanas de pratica da meditação com mantra alguns alunos tendem a ficar mais sensíveis a eventos que não costumavam incomodá-los.
Essa é uma das razões porque depois de iniciar esse tipo de pratica é importante consultar seu professor para se assegurar da pratica correta e sobre os efeitos dela.

Esta pratica deveria ser mantida por curtos períodos durante o dia nos quais a atenção cognitiva não está sendo requisitada. Por exemplo: ao dirigir, ao comer, ao esperar pelo ônibus. Qualquer momento que não precisemos usar nosso pensamento conceitual poderia ser preenchido com o mantra.

A todo momento pensamentos vão surgir espontâneamente e nós seremos tentados a segui-los (este é nosso padrão normal de hábito) e quando percebemos que nos desviamos da nossa pratica nós podemos gentilmente retornar para ela repetidamente.
Tente não fazer julgamento sobre a pratica. Pensamentos e percepções são simplesmente deixados vir e ir, como simples e isolados eventos.
Durante a pratica você apenas volta para a repetição do mantra novamente sem forçar a si mesmo.

Abaixo alguns mantras mais comuns usadas na nossa pratica com a explicação do significado e o uso de cada um deles.


Mente clara, mente clara, mente clara... Não sei......

Este mantra visa tranquilizar a mente dos muitos pensamentos.


Gaaté, gaté, paragaté, parasamgaté, bodhi svaha

Esse mantra sig. literalmente: “Foi, foi, foi além; opostos desaparecem, absoluto aparece.”

Jijang Bosal

O mantra do Grande Voto: “Eu me comprometo em salvar todos os seres”; Ajuda na morte e no sofrimento.

Kwanseum Bosal

O Mantra do Grande Amor e da Compaixão, com o qual, quem o invoca, remove todos os tipos de sofrimento.

Namu Amita Bul

O Mantra da Terra Pura. Usado para invocar o Paraíso Ocidental do Buda Amitaba.


Namu–bo–bo–jeoli–kali–dali–tata–adaya

Esse mantra é usado para chamar todos os Budas das Dez Direções.

Namu–chilguji–bul–modae–junje–bosal

Este mantra invoca o Grande Amor e a Grande Compaixão da mente de mãe,toda vez que houver um problema. Se vc. faz esse mantra o problema irá desaparecer.

Namu–de–bang–kwang–bul–hwa–um–gyung
Buda ensinou que esse mundo é completo, mas é nossa mente que não está completa. Então este mantra ajuda nossa mente a ficar completa e forte.


Namu Sogamuni Bul

Esse mantra é por Śākyamuni Buda é feito para salvar todos os seres do sofrimento.

Om
Esse é o mantra universal da verdade. Cantar esse mantra dissolve qualquer coisa.

Om–aranam–arada

Esse é o mantra que abre o Verdadeiro Dharma de Buda. Ele ajuda a perceber a verdade de cada momento.

Om–aridara–sabaha

Isso literalmente sig. olhar correto, ouvir correto, falar correto. Se vc. tem problema para ver claramente, ou ouvir claramente ou falar claramente, esse mantra vai ajuda-lo.

Om–ba–ara–mil

O mantra da Terra Pura que pode ajudar vc. a renascer no Paraíso da Terra Pura.

Om–ba–ara–minaya–sabaha

Esse mantra é usado para “limpar” todo o cosmos, quando sua vida parecer nublada ou escura, ele irá limpar toda a escuridão e trazer de volta a o brilho da luz.

Om–ba–ara–tobiya–hum

Quando a mente estiver divagando muito esse mantra vai ajudar a abri-la.

Om–biro–gije–sabaha
Esse mantra remove todo o seu carma e ajuda-o a ver a verdade e agir apropriadamente.


Om–chi–lim

Esse mantra serve para proteger o corpo de energias negativas.
Usado quando se há uma doença ou para restaurar a energia.

Om–gara–jiya–sabaha

Esse mantra rompe os portões do inferno e abre as portas do Nirvana.


Om–horo–horo–saya–moke–sabaha

Esse é um mantra extra (como um botão extra da camisa). È usado como uma medida preventiva quando as coisas não estão indo bem.


Om–maro–ruke–sabaha
Esse é outro mantra para dissolver seu karma e assim ajuda-lo a fazer mudanças em sua vida.

Om–nam

Esse é um mantra para purificar a energia de um lugar que parece ter um karma ruim.

Om–salba–motcha–moji–sadaya–sabaha

Esse é o mantra universal do arrependimento.
É usado para ajudar a ver uma correta ou incorreta situação.


Suri–suri–maha–suri–su–suri–sabaha


Esse mantra é para limpar sua boca-como dizia sua mãe quando vc. era criança- ele pode livra-lo da fala incorreta e desejos incontroláveis.


Texto Original
Paul Lynch,JDPSN.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Explorando Koans Zen

Quando os alunos se deparam pela primeira vez com o estudo do Koan, a dificuldade mais frequente que eles expressam é a qualidade ininteligível dos Koans e a perplexidade que ocorre como resultado da interação direta do aluno com os Koan, e o fato dele prevenir seus egos de triunfar. - "Eu sou tão idiota, isso me faz sentir um tolo!"
Há também a percepção de que os Koans são ilógicos - especialmente quando se referem aos mais antigos e tradicionais. Muito além disso, o Koan Zen pode ser visto como lógica budista, os quais são muito mais baseados na experiência que na filosofia ocidental. - Apenas "O QUE É ISSO?"

A resistência psicológica é naturalmente muito humana, e certamente não peculiar aos alunos ocidentais. Dependendo da herança cultural, socialização, diferentes culturas irão manifestar estas dificuldades, ressentimentos, e aflições em diferentes níveis. - A inabilidade para apenas conseguir dizer: " Não sei!". Assim, ao invés do Koan ser uma ferramenta para a liberação, ele se torna ainda mais um obstáculo na vida e na prática.

Koans Zen deveriam ser vistos como exercícios, pelos quais nós treinamos a mente para transcender nossas preferências subjetivas, ideias adquiridas e concepções do mundo, e quem somos, nos habilitando a chegar no começo do direto despertar para a realidade- atendo-se ao "O QUE É!".

Outro aspecto expressado com frequência é que a leitura dos Koans é bastante chata. A leitura dos Koans é essencial. No entanto, a menos que façamos isso combinando sustentada meditação, acompanhamento de um professor confiável, os Koans, por si só, são meramente palavras mortas colhidas em árvores mortas.
Uma combinação de meditação sentada diária, acompanhamento regular, leitura e estudo dos Koans, comparecimento a retiros, isso tudo em conjunto com entrevistas privadas com um professor treinado na prática dos koans é essencial se quisermos usar este método de prática para liberar a mente da ilusão e dos padrões habituais que afligem nossas vidas diariamente.

Outro aspecto expressado é: "Eu não entendo Koans, eles não fazem nenhum sentido!" Não há nenhum outro caminho para compreender ou entender Koans se não ir através deles. Você apenas se funde a ele, se torna UM com o Koan. Koans têm a habilidade de abrir o discernimento intelectual, mas conhecimento intelectual por si só não irá abrir seu discernimento para os Koans.

Quanto mais nós avançamos e nos liberamos das barreiras que nos afligem, mais nós entendemos que os Koans são o mais sofisticado dispositivo do Zen, usado para habilitar tanto iniciantes quanto alunos experientes a alcançar a alegria de ser - verdadeira liberação e despertar. Dae Seung Sa Sunim frequentemente diz: "Quanto mais idiotas, menos necessidade de pensar!"

Koans tradicionais como: A Porta Sem Porta (The Gateless Gate),O Registro do Penhasco Azul (The Blue Cliff Record), e Todo Mundo é uma Única Flor (The Whole World is a Single Flower, 365 Koans), para citar alguns, são os pilares da prática zen. Isto é essencial, no entanto, os que nós usamos hoje são Koans mais dinâmicos, baseados no cotidiano.
Quando trabalhamos em um Koan tradicional como: "Um cão tem natureza de Buda?" ou "Qual o som de uma única mão batendo palma?", nós continuamente trazemos o Koan para nossa mente durante o dia, não de uma forma monótona e mecânica.
Isso nos habilita todo momento a dedicar e desenvolver uma profunda dimensão de atenção e consciência resultando num contínuo e sustentado estado de presença, independente de nossos pensamentos e nossa consciência estarem calmos ou agitados. Para o Koan nada é secreto ou oculto. Koans são ferramentas para nos ajudar a abrir nosso potencial humano para o despertar. Assim o mais importantes koans dentre todos são: "O QUE É ISSO?" e "COMO EU VIVO MINHA VIDA?"

Por Heila Downey, JPSN in Shuza, Newsletter.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Apenas vá em Frente. Não Saiba.

São muitas palavras ensinando neste livro. Há palavras Hinayana, Mahayana e Zen. Há palavras budistas e cristãs. Usamos palavras em inglês, em coreano, em chinês e em japonês - palavras demais! Mas todas elas são necessárias. Palavras e discurso são apenas pensamento, e pensamento causa sofrimento. Você deve jogá-las todas no lixo! E a razão disso é que a nossa verdadeira natureza não depende de entendimento. É por isso que ensino apenas o "não saber." Esse ensinamento não possuí nem Ocidente nem Oriente, nem coreano, nem japonês, ou americano. O "não saber" não é nem budista, nem cristão, nem Zen, nem coisa nenhuma.

Há vários anos, após ter ensinado no Ocidente por algum tempo, alguns de meus alunos americanos estavam reunidos para discutir o uso de certas formas de práticas na Escola Zen Kwan Um. Durante a reunião, uma das alunas perguntou: "Se tudo é Um, porque é que eu tenho que ensinar budismo à maneira asiática, ou estilo Mahayana, ou Zen. Isso não cria 'mesmo' e 'diferente'?" -Questionou ela. Pergunta muito interessante.

Eu respondi: "É, eu não ensino coreano, nem Mahayana, nem Zen. Eu nem mesmo ensino budismo. Eu ensino apenas o "não saber". Cinquenta anos aqui e ali, ensinando apenas o não saber. Portanto, apenas não saiba, certo? Apeanas não saiba, sempre e em todo lugar. A sua mente "não-sei" pode fazer qualquer coisa.

Pois bem, falamos bastante sobre Budismo Hynayana, Budismo Mahayana e Zen. Vimos como cada um deles possuí diferentes técnicas de meditação e estilos de ensino. Mas, embora o discurso e as palavras tenham sido diferentes, a espinha dorsal dos ensinamentos é sempre a mesma: Como é que podemos acordar e ajudar esse mundo, neste exato momento? Não importa qual a tradição, o objetivo de qualquer prática de meditação é ajudar todos os seres sencientes a se liberarem do sofrimento. Meditação não tem nada a ver com fazer algo especial. Nada a ver com alcançar uma experiência pacificadora, de quietude e bem-aventurança. Claro que é possível experimentarmos isso algumas vezes durante a meditação. Mas, quem é você? Quando nasceu, de onde veio? Quando morrer, para onde irá? Você pode me dizer?

A grande maioria dos seres humanos não consegue responder a essas perguntas básicas. Ao contrário, gastam toda a sua energia ocupando-se com desejos, raiva, e ignorância. Dia após dia, desesperam-se por coisas impermanentes; apegam-se a bens, fama e sentimentos e depois sofrem quando tais coisas mudam ou desaparecem. Criam o sofrimento e depois guardam-no como se fosse um precioso tesouro. Seres humanos deveriam ser os mais elevados entre os animais. No entanto, passam a vida a vagar e vagar no oceano do sofrimento. Esse não é o caminho correto dos seres humanos.

Assim, se você não controlar o seu carma, não conseguirá fazer nada nesta vida. Depois, quando morrer - quando o seu corpo desaparecer o que poderá fazer? A força do seu carma o arrastará para algum lugar qualquer. Aonde irá, você não faz idéia. Talvez você renasça em um lugar de sofrimento, ou tenha muitos problemas com o seu corpo. Somente se você cortar completamente todo o pensamento poderá retornar a sua natureza original, a qual está além da vida e da morte. O nome desse ponto é "não-saber". É muito importante alcançar isso e, depois, ajudar esse mundo. Aí então, vida e morte não mais poderão tocá-lo. É por isso que a meditação é tão importante.

[...] Se você mantiver cem por cento uma mente "não-sei", os seus demônios não poderão encontrá-lo. O sofrimento não o encontrará. O carma, os problemas, a vida, a morte, o ir e vir, o bem e o mal - nada o afetará se você apenas mantiver uma mente "não-sei". Essa mente "não-sei" é o seu maior tesouro; ela pode fazer qualquer coisa. Ela não depende de Deus, nem Buda, nem Hynayana, Mahayana ou Zen. Ela é independente da vida.

Se você deseja sair do oceano do sofrimento, apenas um tipo de bússola é necessária: a sua bússola do não- saber. Ela está sempre dentro de você. Quando você a utilizar, verá que a sua direção correta sempre aparecerá claramente à sua frente, de momento a momento.

Assim, eu espero que você apenas siga em frente, não saiba, o que é claro como o espaço, e tente, tente, tente por dez mil anos, sem parar - alcançar o
despertar e ajudar a liberar todos os seres.

Texto Extraído do Livro: A Bússola do Zen. Mestre Zen Seung Sahn. Ed. Bodigaya p.387-92.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vinte Passos, de Bebê, para Despertar

Relato de Prática

Essa era uma das práticas que Heila PSN recomendava aos iniciantes. Experimentei o Programa "Vinte Passos para Despertar" e recomendo como um instrumento de apoio a meditação.

Este programa consiste em escolher 20 ações que você realmente faz com mais frequência, tentando estar presente nelas, uma a cada semana, mantendo as anteriores nas próximas semanas até completar 20 itens em 20 semanas. Pode ser feito por qualquer pessoa de qualquer idade.

Para este treinamento funcionar é preciso primeiro entender em que consiste estar presente no momento. Não basta abrir e fechar portas repetindo mentalmente "Abrindo a porta!" É necessário ver a porta, ver sua estrutura de que ela é formada, seus elementos, detalhes, "tornar-se intimo", e não apenas abrir a porta em câmara lenta.
Alias o olho na coisa e a coisa no olho é muito importante para treinar a atenção. manter o olhar, firme e não distraído, no que se está fazendo.

Não é possível lembrar de estar presente em cada ação escolhida, sem treinar a LEMBRANÇA. Sem ela, somos facilmente puxados de um lado para outro por nossos pensamentos, sentimentos e esquecemos, dai estarmos sempre distraídos para o momento presente.

É importante não ser ambicioso na escolha dos itens da sua lista. Escolha coisas bem simples, as quais você realmente faz todos os dias, desde do momento em que acorda até voltar para a cama novamente. Coisas que você faz várias vezes como: lavar as mãos, ir ao banheiro, abrir e fechar portas, etc.
Não coloque em sua lista pôr atenção nos pensamentos, isto não ajudará você e não é nada prático, é ambicioso demais para quem está apenas começando nessa prática e mesmo para quem já está bem avançado em outras práticas. Tampouco escolha: respirar, ler, escrever, ouvir música, a menos que já tenha um bom treinamento de atenção nessas atividades, do contrário, deixe-as para listas futuras.

Atenha-se ao simples, ao básico, às ações menos complexas. Do contrário essa prática não irá funcionar e você se sentirá facilmente tentado a abandona-la .

Não espere resultados, pois essa é uma prática passo-a-passo. Lenta e gradativamente a energia vai surgindo, mas se você pára ou desiste, a prática regride.

No final, o que honestamente senti foi como se apenas tivesse começado, por isso é importante continuar mesmo que as 20 semanas tenham acabado.
Não decrete férias, continue. Faça outra lista com outros itens, retome o que não deu certo, mantenha paralelamente o que funcionou.

Agora sinto que eu tenho mais confiança nessa prática. Experimentei como ela funciona, e mais, essa é uma maravilhosa forma de praticar passo-a-passo no dia-a-dia, nas coisas mais banais que fazemos. Mesmo que a primeira vista pareça complexo, ou pareça que não funciona, que não acontece nada, é só um truque da mente para nos motivar a desistir. Se perseveramos, e esquecemos de esperar algum resultado, a prática se torna simples e centrada no momento presente, apenas isso.

Agora as coisas parecem mais leves, suaves. Mesmo naquelas ações onde há esforço físico, pode-se faze-lo com suavidade, com calma, atento, presente. Passo-a-passo o peso vai diminuindo, vamos esvaziando-nos.

Algo parecido acontece depois de um retiro, mas o efeito do retiro se evapora depois de alguns dias e você precisa de mais um e mais um retiro para repetir o mesmo efeito. Nesta prática cada momento renova sua energia e o trás de volta à leveza da natureza plena.

Percebi ao longo do processo que é necessário ter uma atitude de curiosidade: "Vamos ver como isso funciona!" Como num experimento, logo algumas percepções surgem. Talvez alguns ajustes sejam necessários em um ou outro ponto.

No meu caso, não conseguia pôr atenção no momento de escovar os dentes. Somente quando, acidentalmente, troquei a pasta de dente sem sabor por uma sabor canela, minha mente foi forçada a permanecer presente na ação "escovar os dentes". Minha boca estava "pegando fogo!", e olhe que "escovar os dentes" não estava na minha lista inicial, porque já tinha percebido que não funcionava. Quando me perguntei:"Por que não funciona" O sabor canela foi a resposta. Ele veio para me ajudar a praticar.

É importante não ficar ansioso ou ter expectativas sobre o que irá acontecer, como e quando... Então não tenha pressa. Relaxe e aproveite cada momento, cada passo como se você estivesse provando um novo sabor a cada semana. Sem esquecer dos sabores já provados nas semanas anteriores.

Percebi, depois de tentar e tentar que se esse processo é lento ele pode ser duradouro. Heila, PSN disse que é melhor ir devagar do que sair correndo. Você se cansa menos e vai acumulando energia ao longo do caminho. Mas se você vai muito rápido a energia ou se dissipa ou fica estocada. Se você não usa-la: boom! Se usa-la mal: boom! Ela explode e você pode começar a explodir com as pessoas, em atitudes como raiva, inveja, etc. Percebi que a melhor maneira de compartilhar a energia da prática consiste em uma simples e fácil ação: SORRIA! Sorria todos os dias, caso você não tenha outra atividade positiva onde pôr-gastar sua energia, apenas, mantenha-se sorrindo.
Agora eu entendo porque Heila,PSN sempre falava para sorrir. Tive que descobrir por mim mesma, na prática, o que isso significa.

Se você vai muito rápido e ainda não tem o discernimento suficiente é fácil subir e ser puxado para baixo com a mesma rapidez. O risco disto é pôr toda a prática a perder e pior perder a fé nela e no caminho. Então sem pressa. Como dizem os italianos: "Devagar se vai longe." Esse é o espírito dessa prática.

Fazemos inúmeras coisas no piloto automático: dirigimos, comemos, tomamos banho, pensando ou fazendo outras coisas ao mesmo tempo. Nesse processo também percebi que a mente automatiza e me perguntei se aí ainda havia atenção ou somente automatismo, que é outro tipo de atenção. Depois de alguns dias prestando atenção ao abrir a porta, a atenção vinha automaticamente como uma lembrança. Tocando na maçaneta toda a lembrança da ação volta. Assim a atenção volta naquelas coisas onde a atenção pegou. Então quando ia abrir a porta, me lembrava de estar presente nessa ação "abrir a porta". Minha mente voltava para cada ação que funcionou automaticamente. Onde ela estivesse, ela voltava e se não voltasse, poderia ficar parada em frente à porta esperando até que ela voltasse ,aqui e agora, neste momento.

Certamente isso não funcionou com todos os itens da minha lista, então fui vendo porque e esperando respostas ou mudando por outros.

Minha percepção, agora, é que é importante explorar as causas e voltar para esses itens que não funcionaram e tentar até que a atenção se abra para eles também. Talvez alguma coisa como a pasta de dentes apareça para apontar o caminho. É importante deixar esse processo seguir seu caminho naturalmente, observando-o como um expectador, mas sem expectativas. Como alguém que vê um filme, mas não entra na história.

Se você achar 20 itens muito assustador, comece com 5 itens e vá acrescentando mais 5 à lista, mantendo os 5 anteriores.

Por fim aprendi que está prática é como um bebê tentando aprender a caminhar.
Primeiro ele engatinha, depois vai tentar se levantar apoiado em alguma coisa, ou alguém, depois ele vai tentar isso sozinho. Vai cair muitas vezes e ficará com medo de tentar de novo, mas logo ele esquece do medo e tenta de novo, sua curiosidade o levará a tentar de novo até conseguir. Ele irá dar passos cambaleantes, até conseguir se soltar e dar passos seguros por si só.

Não apenas este treinamento, mas toda a prática ao longo do caminho é isso: tentar andar com nossas próprias pernas sem medo de cair.

Por isso escolha passos de bebê para sua lista e vá em frente.

Agradeço a Mestra Heila por me inspirar e apoiar nessa prática.

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Please use the 20 steps programme in which ever way is appropriate for you, and most useful to others to change their moment-to-moment awareness.

It never ceases to amaze me how the simplicity of this programme can make such a difference in one's life and that it is available to all!"

Heila,PSN

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Kwan Um significa "perceber o som".


Cantar é uma das práticas da Escola Zen kwan Um. Depois das 108 prostrações diárias seguem-se os cinco cantos principais ao despertar e ao anoitecer são mais quatro cantos em práticas diárias. Já nos nos retiros, no final da noite também repete-se o Sutra dos Coração e o Grande Dharani. Kwan um significa "perceber o som". Por mais estranho, a primeira vista, que pareça cantar em outro idioma, não é necessário entender. Quando queremos entender estamos querendo nos prender e "entender" para ao zen muitas vezes resulta em obstáculo à prática. Apenas fazer sem querer controlar, sem querer saber o que é, o que significa. Confie naqueles que há séculos seguem as pegadas do Buda.

Cantar é uma das práticas da Escola Zen kwan Um. A prática matinal começa com os Quatro Votos do Bodisatva e as 108 prostrações diárias. Alguns minutos para descanso após as prostrações e então os cinco cantos principais e 30 min de meditação sentada.

Ao entardecer são mais quatro cantos em práticas diárias, 30min de meditação sentada. Já nos retiros, no final da noite também repete-se o Sutra dos Coração e o Grande Dharani, após a meditação.
Se os encontros forem mais de uma vez na semana sugere-se que em um dia se faça 30min de meditação, 10 min de meditação andando e mais 30min de meditação sentada.


Cantar é muito importante, mas não é só isso, perceber o som refere-se a todos os sons do mundo. Pode-se realmente meditar profundamente percebendo o som.

Livreto de Cantos/Versão Completa.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Reverências e Prostrações no Estilo Zen Kwan Um

Reverência Completa

1.Coloque suas mãos em "hapchang" (palma direita junto com a palma esquerda), pés juntos.



Esse vídeo mostra como fazer a prostração(estilo zen coreano)  com efeitos de calor no corpo. Mostra como respirar durante a prostração.

2.Incline-se completamente, mantendo sua coluna reta e paralela com a cintura. (Sua cabeça tb. se inclina e suas mãos, palma com palma, caem em direção aos joelhos apontando para o chão.)





3.Assim que vc. retornar à posição vertical suas mãos voltam a ficar ao lado da cintura.







Quando é usada a reverência:

 -Para monges e monjas, professores e mestres
 -Como uma saudação que substitui um aperto de mãos ou abraço
 -Ao entrar e sair da sala de meditação
 -Ao passar em frente ao altar deve-se fazer reverência ao Buda, exceto durante a meditação andando.
 -No início e no final de uma sessão de prostrações.
 -Ao entrar e sair da sala de entrevista.


Erros Comuns:

1.A reverência não é suficientemente profunda- É necessário que se forme um ângulo de 90 graus.
2.Os pés não estão juntos.
3.Não deixar as mãos na posição de hapchang (gasshô) no início e no final da reverência quando o corpo está na vertical.
4.A pessoa começa a se mover antes de finalizar a reverência completa.



108 Prostrações:


 Iniciam-se com uma reverência em pé, seguem-se as 107 prostrações no modo convencional mostrado abaixo. A 108 é uma meia prostração. Ao descer e tocar o zabuton com a testa vc. não levanta e sim toca o zabuton com a testa mais uma vez e só ai levanta-se e faz a reverência final.



1.Começa na posição em pé, com os pés unidos e as mãos em hapchang (gasshô).





2.Dobre levemente seus joelhos, mas permaneça ainda na posição vertical sentando sobre a batata das pernas com as mãos em hapchang.


3.Incline-se para frente apoiando a mão esquerda á frente do joelho esq. e mão direita à frente do joelho dir.





4.Incline-se para baixo tocando o colchonete (zabuton) com a testa. Encoste os cotovelos no zabuton e gire os braços de forma que as palmas fiquem voltadas para cima. Levante um pouco a palma das mãos mas mantenha os cotovelos apoiados no zabuton. Os pés devem ficar cruzados sobre a sola do pé e não na altura do calcanhar. Permaneça um momento nessa posição antes de se levantar.





 5.Apoie as duas mãos a frente antes de levantar.




6.Na posição seiza com as mãos em hapchang levante-se apoiando-se nos calcanhares. Se não conseguir desse forma pode apoiar uma das mãos no zabuton para dar impulso.






7. Retorne a posição em pé. Seguida de uma reverência final.
























Quando é feita a Prostração:

108 prostrações são parte da pratica matinal em mosteiros e centros zen no estilo da Escolo Zen Kwan Um.
3 prostrações são feitas ao professor/mestre quando ele estiver presenta na sala do Dharma antes das 108 prostrações.
Uma reverência ao entrar na porta da sala de entrevista seguida de uma protração completa é feita ao professor/mestre e uma reverência ao sair da sala de entrevista sem dar as costas para o professor.



Erros Comuns:

Não se inclinar todas as vezes até o zabuton.
Os pés não ficarem na posição correta, separados qdo em pé e não estarem cruzados qdo inclinado.
Não manter as mãos palma com palma quando estiver se levantando.
Deixar as mãos abaixo da linha do nariz quando. estiver em pé.
No início e no final das prostrações qdo está de pé, não deixar as mãos levantadas palma com palma abaixo da linha do nariz.

Não fazer as prostrações junto com todos seguindo quem estiver guiando a sessão.

Nota: Fazer prostrações com os pés nus é tolerado, mas a recomendação é que se use meias dentro da sala de meditação e durante as praticas regulares e retiros.

Referências Kwan Um School of Zen


Por fim se ainda não entendeu nesse vídeo tem mais prostrações.




quarta-feira, 17 de março de 2010

O Grande Dharani



shin-myo jang-gu dae-da-ra-ni
na-mo-ra da-na da-ra ya-ya
na-mak ar-ya ba-ro-gi-je sae-ba-ra-ya
mo-ji sa-da-ba-ya
ma-ha sa-da-ba-ya
ma-ha ga-ro-ni-ga-ya

om sal-ba-ba-ye su da-ra-na
ga-ra-ya da-sa-myong
na-mak-ka-ri-da-ba
i-mam ar-ya ba-ro-gi-je
sae-ba-ra da-ba i-ra-gan-ta
na-mak ha-ri-na-ya ma-bal-ta
i-sa-mi sal-bal-ta sa-da-nam
su-ban a-ye-yom sal-ba bo-da-nam
ba-ba-mar-a nii-su-da-gam da-nya-ta

om a-ro-gye a-ro-ga
ma-ji-ro-ga ji-ga-ran-je
hye-hye-ha-rye ma-ha mo-ji sa-da-ba
sa-ma-ra sa-ma-ra ha-ri-na-ya
gu-ro-gu-ro gal-ma sa-da-ya sa-da-ya

do-ro-do-ro mi-yon-je
ma-ha mi-yon-je da-ra da-ra
da-rin na-rye sae-ba-ra ja-ra-ja-ra
ma-ra-mi-ma-ra a-ma-ra
mol-che-ye hye-hye ro-gye sae-ba-ra
ra-a mi-sa-mi na-sa-ya
na-bye sa-mi sa-mi na-sa-ya

mo-ha ja-ra mi-sa-mi
na-sa-ya ho-ro-ho-ro ma-ra-ho-ro
ha-rye ba na-ma-na-ba
sa-ra sa-ra shi-ri shi-ri
so-ro so-ro mot-cha mot-cha
mo-da-ya mo-da-ya
mae-da-ri-ya ni-ra-gan-ta
ga-ma-sa nal-sa-nam
ba-ra-ha-ra-na-ya

ma-nak-sa-ba-ha
shit-ta-ya sa-ba-ha
ma-ha-shit-ta-ya sa-ba-ha
shit-ta-yu-ye sae-ba-ra-ya sa-ba-ha
ni-ra-gan-ta-ya sa-ba-ha
ba-ra-ha mok-ka shing-ha
mok-ka-ya sa-ba-ha

ba-na-ma ha-ta-ya sa-ba-ha
ja-ga-ra yok-ta-ya sa-ba-ha
sang-ka som-na-nye mo-da-na-ya sa-ba-ha
ma-ha-ra gu-ta da-ra-ya sa-ba-ha
ba-ma-sa gan-ta i-sa-shi che-da
ga-rin-na i-na-ya sa-ba-ha

mya-ga-ra jal-ma ni-ba
sa-na-ya sa-ba-ha na-mo-ra
da-na-da-ra ya-ya na-mak ar-ya
ba-ro gi-je sae-ba-ra-ya
sa-ba-ha


Livreto de Cantos/Versão Completa.

The Maha Prajna Paramita Hrdaya Sutra/Inglês



The Maha Prajna Paramita Hrdaya Sutra

Avalokitesvara Bodhisattva
when practicing deeply the Prajna Paramita
perceives that all five skandhas are empty
and is saved from all suffering and distress.

Shariputra,
form does not differ from emptiness,
emptiness does not differ from form.
That which is form is emptiness,
that which is emptiness form.
The same is true of feelings,
perceptions, impulses, consciousness.

Shariputra,
all dharmas are marked with emptiness;
they do not appear or disappear,
are not tainted or pure,
do not increase or decrease.
Therefore, in emptiness no form, no feelings,
perceptions, impulses, consciousness.
No eyes, no ears, no nose, no tongue, no body, no mind;
no color, no sound, no smell, no taste, no touch,
no object of mind;
no realm of eyes
and so forth until no realm of mind consciousness.
No ignorance and also no extinction of it,
and so forth until no old age and death
and also no extinction of them.
No suffering, no origination,
no stopping, no path, no cognition,
also no attainment with nothing to attain.
The Bodhisattva depends on Prajna Paramita
and the mind is no hindrance;
without any hindrance no fears exist.
Far apart from every perverted view one dwells in Nirvana.
In the three worlds
all Buddhas depend on Prajna Paramita
and attain Anuttara Samyak Sambodhi.
Therefore know that Prajna Paramita
is the great transcendent mantra,
is the great bright mantra,
is the utmost mantra,
is the supreme mantra
which is able to relieve all suffering
and is true, not false.
So proclaim the Prajna Paramita mantra,

gate gate paragate parasamgate bodhi svaha

gate gate paragate parasamgate bodhi svaha

gate gate paragate parasamgate bodhi svaha.

Maha Prajna Paramita Hrdaya Sutra (em coreano)






ma-ha ban-ya ba-ra-mil-ta shim gyong
kwan-ja-jae bo-sal haeng shim ban-ya
ba-ra-mil-ta shi jo-gyon o-on gae gong
do il-che go-aek
sa-ri-ja saek-pur-i-gong
gong-bur-i-saek saek-chuk-shi-gong
gong-juk-shi-saek
su-sang-haeng-shik yok-pu-yo-shi
sa-ri-ja shi-je-bop-kong-sang
bul-saeng-bul-myol bul-gu-bu-jong
bu-jung-bul-gam shi-go gong-jung-mu-saek
mu su-sang-haeng-shik mu an-i-bi-sol-shin-ui
mu saek-song-hyang-mi-chok-pop
mu-an-gye nae-ji mu-ui-shik-kye
mu-mu-myong yong mu-mu-myong-jin
nae-ji mu-no-sa yong-mu-no-sa-jin
mu go-jim-myol-to mu-ji yong-mu-dug-i
mu-so duk-ko bo-ri-sal-ta ui
ban-ya ba-ra-mil-ta go-shim-mu gae-ae
mu-gae-ae-go mu-yu-gong-po
wol-li jon-do mong-sang gu-gyong yol-ban
sam-se je-bur-ui ban-ya
ba-ra-mil-ta go-dug-a-nyok-ta-ra
sam-myak sam-bo-ri go-ji ban-ya
ba-ra-mil-ta shi dae-shin ju
she dae-myong-ju shi mu-sang-ju
shi mu-dung-dung ju nung je il-che go
jin-shil bur-ho go-sol ban-ya ba-ra-mil-ta
ju juk-sol-chu-wal


a-je a-je ba-ra-a-je ba-ra-sung-a-je mo-ji sa-ba-há

a-je a-je ba-ra-a-je ba-ra-sung-a-je mo-ji sa-ba-ha

a-je a-je ba-ra-a-je ba-ra-sung-a-je mo-ji sa-ba-ha


Livreto de Cantos/Versão Completa.